quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Igor: um jornalista de alma japonesa

Seja na escola, no trabalho ou até num restaurante você pode encontrar algum personagem que você irá comentar depois. "Owww lembra daquele fulano doido, estranho, maluco, engraçado?" No caso da minha universidade o nome dessa pessoa é Igor. Um rapaz alto que usa sempre (digo SEMPRE mesmo) um chapéu de pescador com listras verdes. No entanto, esta é apenas uma das suas marcas.

-Você gosta de cultura japonesa? Estou envolvido num projeto e gostaria de parceiros...

E aproveitando este momento que as pessoas estão dizendo "puts ele falava isso mesmo" eu comento sobre a sua maior peculiaridade. Ele é um jornalista japonês! Não de etnia, mas de alma. Ele nasceu no país errado. O que mais gosta de fazer é ler mangá japonês e todas as outras coisas que os japoneses gostam, ele até trabalha num site de cultura japonesa. Certa vez me disse em plena campanha eleitoral: "Se me colocarem para fazer política eu mando assinar minha DP, eu só quero se for cultura japonesa!!!" Justamente estava cursando uma DP na minha sala, pois não era a primeira vez que tinha pedido para assinarem as suas DP's. Emblemática era a forma com que ele se aproximava nas rodas de conversas. O silêncio imperava quando chegava, o motivo era o que vinha cantando...

Katai kizu na ni, omoi o yosete
Katari tsukusenu seishun no hibi
Toki ni wa kizutsuki, toki ni wa yorokobi
Kata o tataki atta, ano hi...
Are kara dore kurai, tatta no darou
Shizumu yuuhi o, ikutsu kazoetarou
Furusato no tomo wa, ima demo
kimi noKokoro no naka ni imasu ka...

Isso mesmo! O Igor canta músicas japonesas nos corredores e salas. Não é raro falar com ele e de repente perceber que ele está cochichando alguma música em japonês. Sempre com o chapéu de pescador com as listras verdes. Com certeza para mim o Igor é o aluno da faculdade mais emblemático que conheço, mas minha real dúvida é: o que acontecerá com Igor se um dia ele perder seu chapéu de listras verdes? É como se o Chaves perder o seu chapéu...

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Saga épica de cobrir pautas do Lula

Foto de Felipe Logli

Hoje eu fui pela primeira vez cobrir uma pauta do senhor excelentíssimo presidente da República vulgo Lula. A saga começa pelo credenciamento. Mando o e-mail com todos os dados para Brasília, eles me respondem faltando 15 minutos para acabar o prazo.

-Você tem que mandar do e-mail da empresa...
-Já está no e-mail da empresa...
-Mande de novo...

Como já sabia que se perdesse o prazo do credencimento iria perder a vida junto liguei para confirmar. Me atenderam, houve uma certa enorme dificuldade de diálogo, mas enfim consegui.

-Que horas é para chegar?
-É recomendável vocês chegarem uma hora e meia antes...

Esse foi o recado que o fotógrafo me deu ao ir buscar os crachás... Cheguei às 8h30 no local com a minha sapatilha Melissa e já aviso "NÃO VÁ COBRIR PAUTAS DE MELISSA"... Na área reservada para imprensa estavam todos os veículos de informação. TODOS. Essa é a parte boa do trabalho, conhecer gente diferente, percebe que o repórter do Jornal Nacional é tão humano quanto você e ainda pode ver o repórter do CQC pagar mico quebrando uma cadeira de plástico que estava em cima enquanto gritava para o presidente.

-Presidente o senhor não trouxe o Sarney hoje?
-Não, eu vim com a Marisa mesmo...

O popular xiqueirinho da impresa se divide em jornalistas comuns e jornalistas da grande mídia. Enquanto nós normais comentamos o ambiente e procuramos conhecer pessoas estes últimos estão com um olhar firme nos grandes jornais. Em menos de 5 minutos eles já leram os 3 principais jornais do estado e fazem comentários analíticos imcompreencíveis. Outra diferença é que nós normais rimos das piadas do Lula e eles acham um absurdo.

-A educação é importante para que as crianças não falem menas laranjas como eu falo...
Estava com a minha Melissa e com muita fome. De repente me toquei de algo fundamental...

-CADÊ MEU BLOQUINHOOOOOOOOOOOO?

Eu estava sem nenhum papel de pão para anotar as falas do presidente e autoridades acompanhantes. Liguei para o fotógrafo e pedi a gentileza de que providenciasse um, só que ele me apareceu com um caderno universitário. Não tem jeito sou muito ligada a estética da profissão e já podia ouvir os cochichos dos outros repórteres "Olha só aquilo que bizarro hahahahahahaha". Consegui com meu poder de persuasão que outra repórter me desse um bloquinho que tinha a mais, ela deve estar rindo até agora.
Evento com Lula é assim: a fome aperta, ninguém tem nada para comer, ninguém está vendendo nada, aí começa a chover, um frio de bater os dentes e eu de Melissa... A essas alturas jurava que amputaria os dois pés já que fiquei com eles assim até as 16h. O Lula não deu entrevista coletiva e tivemos que nos contentar com as amizades novas.

-Nossa seu sapato é muito estiloso e bonito!

-Também acho, mas não serve para cobrir pautas na chuva...
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E você já passou pelo mesmo veneno?

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Predestinada.

Foto de Marco Gomes
Predestinar: Destinar antes ( Dicionário Melhoramentos)

Estava lendo o blog do meu amigo jornalístico Braz e refleti um pouco sobre algumas certezas que tenho sobre a escolha que fiz. Ele fala no texto que uma colega de redação faz freela para Vogue e se sentiu 'menor' porque ela está melhor profissionalmente que ele e isso o fez refletir sobre o porque teria escolhido ser jornalista.

No meu caso a sede por algo maior começou cedo. Eu nasci em Várzea Alegre no Ceará, umas das piadinhas que já ouvi é que o estado tão pobre que até o nome é engraçado. A cidade tem 40 mil habitantes e só. Não tem shopping, não tem transporte público, a água encanada só apareceu em 2000, não tem universidade e não tem mídias 'grandes'. Não nego minhas origens. Jamais! Sou varzeaalegrense mesmo! Contudo, quando e como me tornaria Jornalista?

Na minha família ninguém tem universidade, nem minha mãe, nem meu pai e nenhum tio. Meus avós são agricultores e meus primos que moram lá não tem profissão, inclusive uma prima tem filho com homem casado. Ok! Essa última informação não tem relevância. Trabalhei muito e hoje falta pouco para terminar minha faculdade e não me arrependo nenhum minuto. O sentimento que o Braz teve hoje já tive em relação a ele, pois não estava trabalhando na área e todo mês tinha revista com a assinatura dele nas bancas enquanto eu passava raiva em um trabalho que não gostava. Para mim este sentimento é normal e tudo se ajeita com o tempo e o esforço.

Tenho certeza de algumas coisas e uma delas é que tentarei respeitar o Código de Ética acima de tudo. Respeitarei minhas fontes porque sei o quanto isso é fundamental e também tenho certeza de que defender o interesse público é o mais importante. Talvez eu tome algumas porradas da vida por isso, mas tenho convicção de que construirei uma credibilidade respeitando o ser humano e seus direitos. E como eu sempre digo: o que é nosso está guardado!
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Você está predestinado para algo? O que está guardado para você?

terça-feira, 30 de junho de 2009

Foi demitido? Se prepara...

Foto de Javier Prazak
para passar raiva!

Estive a pouco na Caixa Econômica Federal. Deus é mais na minha vida! Porque estava eu e todas os 800 mil moradores de São Bernardo. Sem exagerar! Primeiro fui numa lotérica em um shopping aqui próximo. Estava tentando sacar a primeira parcela do meu seguro desemprego. Esperei na fila uns 30 minutos, depois a mocinha de 40 anos do caixa me disse que eu tinha que validar a senha do meu cartão cidadão.

-Que senha? Me falaram que era só vir aqui com o cartão. Não o cartão e a senha!
-Você tem que ir na Caixa validar uma senha...

Ah tá! Que ódio mortal desse sistema do inferno. Depois de ser demitido de uma empresa você tem que fazer mais esforço e ter mais paciência do que o Frodo no Senhor dos Anéis. Primeiro você vai fazer homologação na contabilidade. Eles dizem:

-Tudo prontinho! É só você ir no PoupaTempo e DEPOIS na Caixa SACAR!

O que acontece quando você chega no GastaTempo? Fila. E depois de horas nela e finalmente quando chega a sua vez e bate aquela felicidade a moça diz:

-Olha você tem que ir na caixa primeiro...

Querendo resolver a situação de uma vez por todas você vai logo em seguida na Caixa e? Fila. Se Deus ajudar e estiver tudo liberado você saca o fundo de garantia e volta para dar entrada no seguro desemprego e? Fila.

-Agora sim moça. Daqui a 45 dias é só você ir na Caixa ou na lotérica com o cartão.
-Só isso? Tem certeza? Eu nunca usei meu cartão...
-Só isso mesmo!

E 45 dias depois... Hoje!

-Põe a senha do seu cartão...
-Que senha? Me falaram que era só vir aqui com o cartão. Não com o cartão e a senha!
-Você tem que ir na Caixa validar a senha...

Deus é mais. O banco lotado já na entrada. Uma fila maldita para tentar passar pela porta inútil que 'identifica metal'. Isso é uma grande mentira! Uma palhaçada para fazer as pessoas de humilharem! Por que os Unibancos do Ipiranga e Tatuapé não tem? Eles por acaso não tem medo que eu entre com uma basuca lá? E por que na Nossa Caixa do centro de Diadema me deixa entrar com duas bolsas enormes sem nem tirar o celular e o guarda chuva? Porta giratória é mentira! E fico louca quando vejo as senhorinhas quase tirarem a roupa para entrar num banco. Hoje teve até um moço que foi obrigado a tirar o cinto. Isso é um absurdo! E se funcionasse mesmo por que os bancos são assaltados? Com arma de plástico?

Outra situação que me deixa furiosa é você na senhora Caixa não ter funcionários para atender os milhões de brasileiros que vão lá sacar o bolsa família, bolsa escola, seguro desemprego, depositar na poupança, arrumar tudo quanto é tipo de senha, dar entrada no fgts, etc. Enfim, todos os serviços do mundo são feitos lá e não tem 20% de funcionários que é necessário. E os que tem estão sempre em horário de almoço. Sempre! E fazem esse horário das 10h até 16h. Esculacham com o povo. E mais fila! Não aguento passar e nem ver este tipo de situação. O que acontece é que as pessoas não tem escolha e são obrigadas a perderem seu tempo no GastaTempo e na Caixa.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Achados e perdidos!

Estava passeando pelo orkut outro dia e me surpreendi.


'ela é jornalista e vai entrevistar a banda TYRon.. aguardem genteee '
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Achei essa montagem com essa legenda no album de um dos muitos amigos que conheci atravez da internet no ano passado... O baixista Flavio Mignard! Valeu Flavio você é demais! Obrigada mesmo! A cada dia me surpreendo mais! hahaha

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Para onde mesmo?

Tem algo que faço constantemente e nunca contei para ninguém. Hoje eu cheguei em casa, fui ao banheiro, peguei minha gatinha Ariel no colo e andei até o quarto da minha mãe só para garantir que ela estava dormindo antes de ir para o meu quarto. Nas escadas eu agradeci.

-Obrigada Deus por estar viva e por encontrar as pessoas do jeito que deixei!

Aproveito também esse momento para pensar em porque estou viva. Para que vivo? Por que tenho tanta certeza que nasci para virar jornalista? Será que isso vai fazer alguma diferença no mundo ou sou mais uma? Meu gato Augusto morreu esta segunda feira de falência nos rins, ele tinha apenas 2 anos. Por quê? Acho que a pior parte da vida de um ser humano é sair de casa e não saber se vai encontrar as pessoas que ama quando voltar. A duas semanas meu pai sofreu um acidente de trabalho e quase perdeu a perna. Por que estamos sujeitos a isso? E onde meu gato está agora? Será que sua essência sumiu já que ele é um animal? Será que a minha outra gata que é mãe dele sente falta?

Acho que morrer é como dormir. Tudo se acaba. Não sou atéia, isso é uma comparação. Quando dormimos nossa vida se congela. Pára! E quando acordamos tudo recomeça... Por que temos a sensação de que algo já aconteceu? Por que você jura que já viveu aquilo antes? Por que tem pessoas que morrem aos vinte, aos quatorze, aos oito? E por que há pessoas que vivem até os cem anos? Qual é a nossa verdadeira ligação com animais domésticos? Por que os cachorros aparentam que vêem coisas que nós não?

Domingo estava vindo para casa. Vinha caminhando na estação do Brás por volta das 22h00 e vi uma senhora chorando no chão do corredor com seus filhos envolta pedindo para ela ter calma. Fechei meus olhos e pedi mais uma vez que Deus a protegesse e que chegasse bem em casa. Sempre faço isso. Quando vejo crianças vendendo doces nas conduções, peço que Deus leve-as de volta para a escola e que tenham um futuro digno. Quando vejo pessoas argumentando doenças nos trens, faço o mesmo. A pergunta é: por que faço isso? É involuntário e sincero! Isso é a única coisa que sei. Não gosto de pensar para onde vou e nem de onde vim, mas sei que amo todas as pessoas do mundo e inclusive as que não gosto e não conheço. Me desculpem a ladainha, mas este foi o texto mais sincero que já escrevi até hoje!

terça-feira, 23 de junho de 2009

Susan Boyle dos cachorros

Foto de Jose Roberto V. Moraes

Para amenizar a minha ausência de textos e antes que a depressão das minhas possíveis duas DP's desse semestre vou escrever sobre um causo que aconteceu ontem. Estava como meu amigo acadêmico Braz na frente de uma pizzaria próxima da universidade. Falavámos do curso, sobre amizade e mais uma série de outros assuntos. Como sempre, não mais que derrepente uma mulher brota do chão com um pastor alemão enorme do meu lado. Para quem não sabe eu já fui mordida por um cachorro de rua a meia noite voltando de uma balada e por isso tenho trauma de cachorro na calçada.

-Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii caramba........
-O que foi moça?
-É que tenho um pouco de trauma de cachorro na rua...
-Ah é?!


A senhora estava vestida com uma roupa de moletom cinza e um casaco meio escroto verde água. A mulher era a Susan Boyle brasileira! CERTEZA! Igualzinha sem tirar nem por! Ela segurou a minha mão forte e disse:

-Passa a mão , o nome dela é Estela!
-Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh não moça obrigada!
-Você tem que perder o medo e é por isso que você vai passar! Para tirar o medo! E ela é boazinha!



Manoooooo! Que raiva! Estava vendo a hora da minha mão ser engolida pela Estelinha... Mesmo vendo que eu não estava afim a Susan agarrou minha mão com força e passou nas costas do animal. Tremi na base, mas ela não fez nada. O Braz começou a dar atenção para mulher que arrumou mil e cinquenta e dois assuntos diferentes para falar. Parecia uma conversa de msn com vários links, mas em uma janela só.

-Eu tenho um husky, mas ele não tem olho azul. No verão eu levo ele para tozar , as a veterinária não gosta, ai eu digo que 'não aguento mais lavar o quintal', ai meninos lavo o quintal todo dia, e os meus cachorros vivem soltos no quintal, não dá para ter cachorro na corrente, as minhas cachorras são muitoooo calmas...

Enquanto a mulher falava isso a cachorra começou a dar uns pulos e eu com medo ainda...

-Ahhh deve ter algum cachorro ali... Ela fica assim quando tem cachorro na rua... Falando nisso meninos dia 26 vai ter uma cantora maravilhosaaaaaa na igreja e vocês tem que ir! Eu moro aqui na rua , caso vocês queiram me ver... Gente que cheiro de pizza! ADORO PIZZA!

Mewww já deu para imaginar a cena. Só que o que ainda não contei é que a Susan Boyle dos cachorros estava falando a vida toda dela e ainda NÃO TINHA SOLTADO DA MINHA MÃOOOOOOOO!!! Eu olhava para cara do meu amigo e ele continua a dar atenção para mulher, dizendo que tinha cachorro peludo também e bla bla bla e nada da mulher soltar a minha mão! Foi um conjunto de situações ruins: a mulher era muito feia vulgo o apelido que dei, ela falava arregalando os olhos o que me dava muito medo, a Estela estava frenética do meu lado querendo sair e NÃO tinha nenhum cachorro na rua como ela tinha dito e como se não bastasse a mão dela era pequena e gorda e a consistência parecia uma bexiga cheia de maisena!!!! Deveria ter gritado : SOLTA MINHA MÃOOOO SUSAN BOYLE DOS CACHORROS! Mas, como sempre não fiz nada a não ser olhar com cara de tarzam para o Braz para de dar atenção para doida. Por fim, a mulher foi embora depois de meia hora de falação sem parar segurando a minha mão em cima de uma cachorra enorme!
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Pois é, espero que tenham curtido mais um texto sobre essas zique ziras que acontecem comigo. galera queria covocá-los a ser seguidores do meu humilde blog! É só se cadastrar! Valeu!

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Dando satisfação


Foto de Fernando Freitas
Para dar uma coloridinha neste post

Leitores venho por meio deste post me desculpar pela ausência de duas semanas de textos novos. Os motivos são acadêmicos e devido aos mesmos minha criatividade seca mais do que Várzea Alegre durante o verão e os que acompanham sabe que não publico qualquer vômito de palavras, salvo dois textos que estão no arquivo.

Até bem breve!

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Lendo conteúdo...

noticioso e engraçado...
Para ler as chamadas clique na foto.
Foto: Diarinho (Diário do Litoral)
Via Daniel Braz

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Já dizia minha vó: "Limão cura CC!"

Foto de Gaetan Lee

Atraso é uma porcaria! Odeio me atrasar e sair correndo pra chegar na hora, além disso já disse que odeio chuva? Hoje estava semi de folga em casa e precisava buscar uma credencial para o primeiro evento que vou cobrir pela revista que estou trabalhando. Tinha que chegar até o lugar às 18h30. Fiz meus cálculos e decidi sair às 17h00 de casa. Estava saindo no talo pra pegar o ônibus ai me apareceu uma conhecida... Ô meu Deus! Me tomou pelo menos 15 minutos, quando estava quase no ponto o ônibus passou... Maravilha!

Olhei no relógio: 17h25
-Agora pronto, vou chegar no talo!

Entrei no ônibus e fiquei frenética porque a dita condução não andava. Fiquei com aflição e como se não bastasse estava com dinheiro só pra ir até lá e nada pra pegar o ônibus e ir até a faculdade, ou seja, tinha que sacar dinheiro de qualquer jeito. Cheguei na estação às 17h47. Coloquei uma meta mental: tinha que correr no caixa eletrônico, sacar dinheiro, comprar o bilhete e entrar no trolebus até 17h50. Corri, corri, corri muito. Quando entrei no ônibus eram 17h51, menos mal. Estava lotado, muita gente, mas tinha um banco vazio! Um banco?! No lotado?! Um monte de gente em pé e um banco vazio?! Não quis nem saber e sentei. Após alguns segundos me veio aquele aroma de todos os tipos de pinga de alambique que existem no Ceará... Pois é! Um bebum do meu lado, mais uma vez não quis nem saber e além de permanecer no lugar eu consegui pegar no sono. Quando acordei estava no centro de São Bernardo.

Olhei no relógio: 18h16
-Deus é mais na minha vida! Pelo amor de Deus vai logo ai motorista!

Fiquei frenética! Não conseguia nem respirar de ansiedade! Cheguei no terminal Ferrazópolis às 18h24!

-Moço é urgente onde fica esse lugar?
-Você atravessa passarela e vai reto!

Antes do senhor acabar de explicar já estava correndo muito... O terminal estava cheio de poças de água e a passarela era uma enorme rampa que não foi feita pra ninguém correr, muito menos em dia de chuva.

-Vou morrer se eu cair daqui!

Subi a rua correndo freneticamente, meus pulmões estavam sem ar, a garoa no meu rosto e um enorme risco dessa vez de morrer atropelada. Não vi nada nem ninguém no meio da rua, só meu destino. Subi as escadas e perguntei muito ofegante:

-Moço vim buscar umas credenciais... É com você?
-Calma moça! Você quer uma água?
-Nãoooooo obrigada! Só as credenciais! Muito obrigada mesmo assim!

Subi no andar de cima peguei as credenciais e sai do prédio.

Olhei o relógio: 18h31

-Hahaha mereço um refrigerante depois disso!

Fui em um boteco horrível.
-Owwww cara espreme um limão num copo e põe conhaque em cima!
-Você vai querer beber o que?
-Só uma Coca Zero moço!

Fui pro ponto de ônibus, dei sinal e entrei. Para fechar a minha noite imagine a seguinte situação: Saia correndo o quarteirão sem ter passado desodorante... Melhor chame alguns amigos para fazer o mesmo... Melhor ainda chame umas 60 pessoas, não passem desodorante e fiquem correndo UMA semana. Cheirem-se... Foi isso que senti quando entrei no ônibus pra ir para faculdade. Para completar a cena bizarra, todas as janelas estavam fechadas e a que sentei parecia que todas as pessoas que você imaginou correndo passaram limão em baixo do braço e esfregaram no vidro... Pois é! Fiquei exatas 1h36 min sentindo o aroma! Acredite! Ainda compro um C3! Bom descanso!

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Fase nova!

Imagens do site da escola Enjoy

Último dia na Enjoy! Nunca pensei que esse dia chegaria! Tenho que dizer adeus para essa empresa para seguir o meu sonho.

Hoje fazem exatos 5 anos e um mês que entrei nesse ramo. No inicio o sonho era menor, queria arrumar um trabalho para pagar um cursinho e agora já tenho possibilidades de me dedicar ao que vou fazer para o resto da minha vida.

Quero deixar aqui meus agradecimentos as pessoas que fizeram a diferença.


Obrigada Junior por ter me dado a oportunidade de crescer e ter acreditado no meu sonho. Valeu mesmo pro ter me motivado a bater todas as minhas metas e a insistir quando pensei em desistir. Com certeza foi uma peça fundamental da minha vida! Obrigada!

Obrigada Denis e Oswaldo por ter deixado eu voltar pra empresa no momento em que mais precisei. Valeu por ter acreditado em mim e ter feito eu aprender com meus erros, isso me fez uma pessoa melhor e mais humana!

Obrigada Stephanie e todas as outras operadoras que já me emprestaram R$ 2,30 pra chegar na faculdade no fim do mês. Além disso, vale a pena agradecer os todos os mini empréstimos que já fizeram para eu comer no primeiro ano do curso.

Obrigada Rafael Sorriso por ter me apoiado quando precisei manter minha credibilidade! Você é show e tem muito talento!

Obrigada Alex por ter feito de tudo para garantir um bom andamento do setor e ter feito a minha estadia na unidade no Ipiranga ser sempre agradável.

Obrigada Bete e Vitau por ter me acolhido bem na nova unidade e terem ajudado quando precisei! Vocês são incríveis!

Por fim, sentirei saudades de pessoas especiais como a Mayara e a Fabiana 'Jonas', que não poderia esquecer!

Quero desejar também boa sorte para minhas colaboradoras Beatriz, Danielle e Natália! Meninas vocês vão longe! Aproveitem a oportunidade!

O importante mesmo na vida é evoluir! Mudanças são necessárias e inadiáveis... Obrigada a todos por tudo!



Fonte: Enjoy

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Chuva, stress e brechó

Foto de Ana Patricia Almeida

Odeio chuva! Não sei se é porque lá no Ceará não chove, mas fico estressada quando tenho que sair de casa debaixo de pé d' água. Estava vindo trabalhar e antes de chegar na estação de trem já fiquei molhada até a nuca, o pior é que a minha roupa estava cheia de areia.

Quando cheguei no Ipiranga não tinha a menor condição de ficar com a roupa até meia noite.

-Moço eu não estou me aguentando! Tem algo que eu possa comprar?

-Com certeza!

Vasculhei o brechó e comprei uma calça por R$ 5,00. Pelo menos não estou mais molhada e me preparando psicologicamente para as broncas que vou tomar da professora de jornalismo impresso hoje a noite.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Pena não ter estudado na Termomecanica

A imagem foi retirada do post do Blog O Corvo

No meu blog, discuto como descrevi no primeiro post, tudo aquilo que achar importante e relevante. Este blog não é humorístico, lamentação, reclamação, amor, sexo, musical ou factual. Simplesmente discuto aquilo que sinto vontade. Posso publicar um texto falando só idiotices ou posso usá-lo para discutir questões sociais que me incomodam.

Li hoje o blog do meu ex companheiro de empresa, o jornalista Léo Bueno. Definitivamente os artigos dele são os meus preferidos. São sempre muito bem escritos e pertinentes. O de hoje era sobre a educação pública no estado de São Paulo e como eu vivi por 8 anos essa realidade darei minha opinião.

O post fala sobre a educação da gestão do PSDB e a Nova Proposta Curricular do governo em 2008 que consistia no recebimento de um Caderno do professor e um Caderno do aluno. " A estratégia supostamente garantiria que todos os alunos recebessem a mesma matéria ao longo do ano". Explica Léo. É claro que não deu certo e nem todos os alunos receberam esse material.

A educação pública no estado não serve de nada! Estudei praticamente toda a minha vida em escola do estado. Quando estava no terceiro ano do ensino médio eu entrei em um cursinho muito básico para aumentar a minha pontuação no Enem. Entrei em choque quando percebi que não sabia absolutamente NADA do que estava sendo passado nas aulas. Pior foi quando entrei no ano seguinte no cursinho do Objetivo. Frustração total! Não aprendi no ensino médio nem 12% no que aprendi estudando lá, ressaltando sempre que lá é uma ESCOLA PARTICULAR E QUE EU PAGAVA PARA ESTUDAR. Resultado: Não passei nem da porta da USP.

Estudar para vestibulares de universidades públicas já é extremamente complicado, como eu tinha que trabalhar também era uma missão impossível. Depois de um ano estudando lá percebi que precisaria de mais três para conseguir passar, então optei por uma faculdade particular. O problema é que nas escolas do estado convivemos por longos anos de incopetência. Tive professores esforçados e que queriam fazer a diferença, mas eles eram pouquíssimos e raros. Em contrapartida tinha muitíssimos que viviam de atestados e não estavam nem aí por reles pobres frequentadores.

Percebi que o caminho para entrar numa universidade pública era interminável para quem perdeu tanto tempo com aulas vagas e muitas vezes com professores desqualificados.

Todos os meus companheiros de cursinho que tinham estudado em escolas públicas estão hoje cursando faculdades públicas e para mim resta contar as moedas para pagar a mensalidade do meu curso.

Fonte: Blog O Corvo

sábado, 9 de maio de 2009

Ô criança atentada!

Foto de Fernando Freitas
Anjo - Av. Paulista/SP


Hoje eu estou frenéticamente hiperativa! Parece que tomei algo...

Estou rindo até agora das bizarrices que eu e o Fernando estavamos falando no ônibus ontem depois da faculdade. Descobri que fui uma criança anormal porque quando o assunto foi as peraltices de criança fui ostilizada pelo meu colega jornalista...

-Nossa você tinha problemas...
- não vai dizer que você não fazia isso quando criança?

Simplesmente contei o que fazia. Era uma colecionadora nata! Tinha uma coleção de formigas e todas tinham nome. A mais famosa delas era a 'Dedos Rápidos'... Também tinha o hábito de juntar pontas de lápis de cor. Nada demais...

Era a única menina a soltar pipa da turminha do bairro, até ai tudo bem o meu companheiro universitário só começou a me chacotiar quando contei que fazia lanterninhas de balão pra por na linha do pipa e soltar a noite pra ficar olhando as luzinhas no céu. Nada demais...

Toda criança tem um amigo louco. No meu caso o nome dele era Thiago e ele comia cola. Eram tubos e tubos de Tenaz que o garoto ficava degustando e deixando a professora louca.

-Eu comia pasta de dente Tandy!
-Eu também!

O Fer contou que era atentado, mas não daquelas crianças que tocavam fogo na casa ai eu lembrei de uma história.

-Eu já toquei fogo no quintal. Fui a um circo e gostei do cara que lançava chamas e quis brincar de circo em casa. Peguei duas baquetas, enrolei uns pedaços de tecido nas pontas, mergulhei no álcool e acendi. Em seguida peguei a garrafa de álcool ZULU, enchi a boca e assoprei nos bastões. O fogo foi até o varal e incendiou todo o quintal... Nada demais...

-Você realmente tinha problemas!

Fica então o recado! Cuidado com os circos que vocês levam as crianças e guardem o álcool fora do alcance delas!!!

Bom sábado!

terça-feira, 5 de maio de 2009

Um último pedaço

Foto de Maria Hsu

-Mãinha eu quero um pedaço de rapadura!
-Não tem filho...

O menino tinha 10 anos de idade, segundo me lembro era moreno e lembrava muito o meu irmão. Era um dos sete filhos da família. O cabelo era liso e em formato de tigela. A mãe era cuidadosa, tinha olhos azuis e cabelos loiros escuros.

Sustentar uma família a 30 anos atraz no nordeste era algo difícil. Havia pouca comida e o número de pessoas era grande. Todos tinham a mesma alimentação e praticamente nenhuma guloseima. Meu tio Joaquim não se conforma com a atual juventude 'na minha época brigavámos para comer e vocês brigam para não comer'.

-Mãe eu estou com vontade de comer rapadura!!!
-Já disse que não tem filho!

A criança começa a gritar sem parar que quer o tal pedaço do 'doce' e a mãe fica mal por não poder dar o que o filho pede. Então diante dos berros quase que desesperados e dos soluções que o choro já provocava a senhora vai até uma vendinha ao longo da estrada do sitio que moravam.

A ida foi frustrada já que não tinha a especiaria no minúsculo comércio.

-Mãe lá tinha?
-Não filho, não tinha...

A criança retoma um choro ensurdecedor e a mãe fica desesperada. Vai então até o caminhão que leva as pessoas no município mais próximo para tentar achar nem que se for um pedaço de rapadura para o menino que não para de chorar e pedir.

Foi em vários comércios para poder achar o que queria. O 'pau de arara' tem hora para partir para o sitio e esse horário demora para chegar. A mãe vai ficando muito preocupada e nunca teve a impressão de que moravam tão longe da cidade. Ao chegar vai correndo desesperada levar o pedaço para o menino que estava sem voz de tanto chorar. O menino pegou o doce com a mão trêmula, comeu um pedaço e em seguida morreu. Muitos dizem que foi por causa de lombrigas e vermes, outros dizem que foi mal olhado e outros que simplesmente o garoto queria realizar um último desejo antes de morrer. Nunca vou saber o motivo real pela morte do garoto.

Essa história foi contada para mim quando tinha 11 anos pela minha avó Isabel Cardoso, que infelizmente faleceu ano passado. A mãe da história era ela e o menino que morreu era meu tio. Ela nunca deixava que nos negassem nada e nos dava tudo o que tivéssemos vontade. Segundo ela a morte desse filho foi a maior frustração que já teve e sentia-se muito culpada e não queria que acontecesse o mesmo conosco.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

De bom só restou a boina preta de veludo


Foto de Zoe Favole

Fim de semana mal amado, perigoso, musical e cansativo.

A noite de sábado estava com um tempo razoavelmente agrádavel. Nem muito frio, nem com muito vento, ausente de qualquer garoa e eu no centro na cidade de São Paulo. Aquelas luzes amarelas nos grandes postes e aquela energia metropolitana me contagiando. Já tinha me precavido de algumas coisas, sai com uma bolsa não muito nova e dentro estavam só objetos que se fossem roubados não me fariam tanta falta e o celular estava dentro na minha roupa. Chegando perto do metrô São Bento precisamente no Viaduto do Chá o aparelho começou a vibrar.

-Roberta pode atender?
-Não atende isso aqui!!!

A curiosidade mórbida me venceu e atendi... Segundos depois vi dois garotos mal vestidos e sujos correndo na nossa direção.

-Me dá o telefone se não eu te furo!
-Vai me furar com o quê? Com o seu dedo?

A Roberta nos jogou em cima de um casal que estava passando.

-Deixa a gente em paz...

Saímos correndo e quase fiquei sem sapatilha. Ainda bem que certas experiências que tive me me dão coragem se não eu tinha ficado sem telefone. Até parece que eu dar meu celular pra um trombadinha ir fumar pedra...

A noite não saiu nada como esperava, a companhia esperada se ausentou e deu mancada, a música não era tão boa, a caipirinha me deu azia e ainda fiquei gripada de tanto esperar na frente do bar.

No domingo um consolado passeio pelo centro que durante o dia é menos perigoso. Fui com as minhas amigas na feira da Praça da República. Ficamos dividindo espaço na fila com os turistas que esperavam seu pedido, acabei comendo um pastel cheio de óleo. Nunca tinha ido nessa feira e gostei muito. Lá tinha muita comida diferente e uma imensa variedade de quadros com vários estilos de pinturas diferentes. Só não gostei do apelo turístico neles, muitos desenhos de cortadores de cana, baianas e alguns quadros de favelas. Pelo amor de Deus! O brasileiro não quer ser rotulado de favelado, mas pinta quadro de favela para os turistas levarem.

Para amenizar os descontentamentos do fim de semana encontrei e comprei uma boina de veludo preta. Meio fútil, mas foi o que deu para fazer...

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Velha Umpalumpa sem noção

Foto de Sheila Tostes

-Trem maldito!

Geralmente é o que penso quando estou dentro dele. Sábado eu estava totalmente frenética para ir embora e chegar logo em casa. Meu dia preferido da semana! Era por volta das 16h30, o trem estava lotado e o pior: um cheiro horrivel que não dava pra aguentar.

Na minha frente, uma senhorinha por volta dos 70 anos. Era pequena, magra, os cabelos eram no tom cinza e na altura dos ombros. Trajava uma blusa num tamanho maior do que o dela. A estampa da blusa era quadriculada preta e branca, quando eu vi até fiz uma piada comigo mesma: 'Olha só pra mim se estivesse plantando arroz em Várzea Alegre...' Usava uma saia longa que tinha um estampa crua. Nos pés um tênis de corrida todo preto.

A porta abria, fechava, as pessoas entravam, saiam, as velhas reclamavam, a molecada ouvia o funk na altura que queria, enfim tudo aparentemente normal. Derrepente a senhorinha levantou a saia na altura das couchas muito magras e começou a apertar como se tivesse espremendo algo.

-Oxi!!!!!!!!!

Uma senhora já tinha se ofendido...

Não mais que do nada a vovó tira toda a roupa, pega no MEU BRAÇO e com uma voz muito rouca proferiu as seguintes frases:

-O maquinista quer cheirar minha xeréca... Fala pra ele que ela é muito fedida!

Na hora que eu vi essa cena, eu pensei 'cacete por que no meu braço?'

E ela continuava (PELADA)...

-Fala pro maquinista que o meu joelho ta doendo de tão forte que ele bateu!

-E a minha xeréca é muito fedida...

E deu um tapa na minha bunda. Eu estava paralisada, com olhos arregalados para a senhorinha que estava nua na minha frente e proferindo tais insanidades. Todo mundo que estava em volta dela saíram quase correndo. No vagão as pessoas se espremiam no canto para se ver longe da tal 'pouca vergonha'. E a mulher não largava do meu braço e no meu pensamento a toda hora vinha um 'PUTA QUE PARIU VESTE ESSA ROUPA E ME SOLTA SUA DOIDA SEM NOÇÃO!!!'. Mas, eu não falava nada, a velha colocou a roupa e sentou como se nada tivesse acontecido...

-Falta muito pra estação de Mauá?

Processamento de vontades

Foto de Zoe Favole

Preciso do seu braço, do seu colo. Preciso do seu talento, da sua inteligência. Preciso do seu humor, do seu carisma. Preciso que você fique perto de mim, que me acolha.

Preciso do seu carinho, da sua violência intima. Preciso que escreva para mim, que me agrade. Preciso do seu beijo, das suas mordidas. Preciso que saia comigo, preciso que fique aqui sem fazer nada no quentinho.

Preciso dos seus conselhos, da sua experiência. Preciso que me ensine e que me deixe te orientar. Preciso dos seus elogios, da sua auto estima. Preciso da sua espiritualidade, da sua calma. Preciso ver seus olhos incomuns, preciso que me olhe. Preciso que cuide de mim como da primeira vez que nos vimos.

Preciso da sua proteção, da sua responsabilidade. Preciso da sua sensibilidade, da sua tolerância. Preciso da sua perspectiva de vida, da sua perseverança. Preciso que esteja feliz, que sorria.

Sempre poucas horas para ter tudo o que preciso. Condenso o tempo para demorar pra passar. Quase nunca adianta, sigo em frente, quase no escuro até chegar em casa, deitar na minha cama e processar o que faltou... Não faltou nada!

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Breve encontro com a prostituta

-Que merda!!! Não vou chegar a tempo no trem...

Foi o que estava pensando hoje bem cedo... Esperando os carros pararem de passar para eu atravessar a rua e chegar na estação. Derrepente me aparece uma voz do além que diz:

-Não aguento mais passar por isso todos os dias... Néh?!

Quando olhei do meu lado, vi uma mulher que aparentava ter uns 30 anos. A roupa dela era muito escrota. Trajava uma blusinha amarelo opaco um pouco frouxa, uma calça branca que estava bem suja como se ela tivesse sentado no chão e se arrastado, nos pés um tamanco preto brilhante com salto quadrado estilo anos 80. O cabelo estava preso, era crespo e estava bem seco. Na barriga que estava a mostra, uns pêlos enormes e pretos que me deram até arrepio.

-Você esta´indo trabalhar?
-Sim...

Nessa hora era deu sacudida no corpo e pôs a mão na cintura e disse:

-Sorte a sua!!! Eu estou indo me humilhar!
-...

Entrei na estação e a última visão que tive foi ela gritando com o motorista de um Uno vinho.

-Quer me atropelar mesmo seu animal?

terça-feira, 14 de abril de 2009

MOVA

Dia de externa sempre contém anedotas interessantes...

Equipe:
Pauteiro: Fernando
Repórter: Braz
Editora: Eu
Cinegrafista: Shogum
Cabo men/ estagiário (yeah): Samuca

Ontem a noite estava com uma chuvinha insuportável e um vento gelado que dava ódio. Entramos no Monza vinho e seguimos para o Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo. A discórdia imperava devido a indecisão do caminho para chegar ao terminal Ferrazópolis. Nenhuma externa está livre de sustos nem que seja sem querer.

-Por favor o diretor.
-Vixi ele já foi embora.....

..................................................

Pausa dramática...

-Como assim? Nós marcamos!
-Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh.... Então ele deve estar aqui ainda....
-Ufa!

Durante a montagem do equipamento o Shogum apressava a galera e agilizava o Samuca... Depois da montagem do tripé da luz veio a ordem:

-Põe fogo ai!!!!!!!!!

A entrevista rolando e uma fumaceira danada começou a subir...

-Owwwwwwwwwwwwwwww tá pegando fogo na luz!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
-Você realmente não estava brincando quando disse que era para por fogo heim mewwww....

Saímos correndo da entrevista para gravar o resto da matéria numa escola pública. Era 20h37 e nós tínhamos que chegar na escola até 21h20. Estava difícil de chegar então resolvemos perguntar...

Primeira pessoa perguntada: -Iiiiiiiiiiii mewwwwwwwwwwww vocês tem que ir pela favela...

Segunda pessoa perguntada: -Iiiiiiiiiiiiiiiiiiii mewwwwwwwwwww lá não entra carro nessa rua...

Terceira pessoa perguntada: -shozkhisois & % @ adhoiokkm # ausohk ....

-Porra esse cara tá louco!!!!

Como estavamos atrasados o Shogum recomendou ligar para a entrevistada. Tive que aplicar um psicológico João Grilo na mulher...

-Olá profesora eu sou da equipe de telejornalismo e nós já estamos chegando...
-Massssssssssssssssssssss a gente já está saindo....
-Massssssssssssssssssssssssss a gente está chegando....
-Massssssssssssssssssssssssssssssssssssssss a gente está saindo...
-Ué massssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssss a gente já está chegando....

Com sorte e graças a visão de gato do Braz e a nossa reza dentro do carro conseguimos chegar numa rua escura que era estreita e só tinha espaço para um carro e meio. O Fernando teve que dar um de Gisele Bundchen no filme Táxi para manobrar lá. Foi então que passou um moço com uma jaqueta fechada até o nariz e um boné, essa visão causou uma reação geral....

-Manoooooooooooooooooooooooooooooo
-Tranquei!!!!

Sobrevivemos ao susto, entramos na escola e gravamos o final da reportagem que por sinal valeu muito a pena. A pauta era sobre o MOVA, um movimento de alfabetização de adultos do ABC. Lá entrevistamos alguns alunos do projeto e a professora que nos contou que além da missão de alfabetizar tem também a missão de criar um senso critico nos estudantes. O que mais achei interessante foi a idade deles, pois na sala que fomos tinha até uma senhora que devia ter por volta dos 70 anos. Para eles aprender a ler e a escrever é conhecer o mundo e eu gostei muito dessa matéria porque ela também vai mostrar que depende muito da força de vontade dos próprios alunos.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Maria manicure

Foto de Renata Alves dos Anjos

-Nossa que sono!

Foi o que eu disse no sábado às 9h00 quando cheguei ao salão no Ipiranga.

Enquanto a cabeleireira tomava café uma mocinha morena jambo veio falar comigo...

- Você veio fazer as suas unhas também néh? Vamos começar.

O nome da manicure era Maria, só isso. Enquanto mexia nas minhas mãos ela começou com a famosa técnica de puxar assunto e fazer a cliente contar toda a sua vida, só não contava que eu fosse jornalista e que eu é quem iria perguntar tudo da vida dela.

Ela estava meio tensa porque o marido estava a quatro dias com a mala pronta para ir embora só porque o celular dela tocou e segundo a mente do 'Rafael' era um amante.

A profissional é como milhões de brasileiros e milhares que vem para São Paulo. Tem 22 anos, nasceu no Maranhão e veio para cá depois que a mãe morreu. Quando chegou aqui logo conheceu um rapaz e está casada com ele há 5 anos e não tem nenhum filho.

- Você quer que eu pinte de vermelho ou de renda?
- De renda, com glitter...
- O brilho por cima ou por baixo?
- Por cima...

Ela teve sorte, pois mora num confortável apartamento de cinco cômodos no Ipiranga mesmo e só paga R$ 250,00. Sorte mesmo se for levar em conta o número de famílias que moram em favelas e dividem poucos metros quadrados.

Ela gosta de trabalhar em salão e não pensa em fazer faculdade já que parou os estudos na 6ª série. Não tinha sotaque, mas falava umas frases engraçadas. Maria
está satisfeita, já que tem um trabalho que segundo ela "dá pra ganhar um dinheiro", o marido trabalha num açougue e como é ciumento, acabam não saindo muito e por isso quase não tem gastos.

-Gostou?
-Parabéns, você trabalha muito bem!

Eu não serviria para viver assim tão conformada, mas tem pessoas que sentem-se feliz, então não custa nada um pouco de motivação para elas seguirem em frente.

-Gostei mesmo!

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Vibe de velho

Foto de Feliphe

Ontem eu escutei uma discussão e entrei dentro da sala onde estava acontecendo a discórdia.

- Isso é um absurdo!

- Como é que uma mãe pode fazer isso?

- Eu acho isso totalmente errado!

- Que falta de responsabilidade!

O motivo dos argumentos era sobre os pais do nosso cotidiano. A geração de pais deste contexto social, que tiveram filhos muito jovens, permanecem solteiros e causam mais que os filhos. Saem de balada, vão dar uma volta na quinta e só aparecem na segunda feira, muitas vezes consomem drogas, álcool e se vestem numa moda de 20 anos atrás.

Um caso particular levou a essa discussão que demorou vários minutos para acabar.

O que acontece e ninguém presta atenção é que realmente tem algumas pessoas que estão querendo viver a juventude aos 30, 40 anos e quem está sofrendo a conseqüência são os filhos que tem que se virar para não morrer de fome durante a viagem ‘uhullllllll’ dos seus responsáveis.

O jovem que fica ausente de atenção por meio destes pais fanfarrões na minha opinião pode ter dois caminhos: pode se revoltar e virar mais um ser imprestável na sociedade motivo de incompreensão e falta de compreensão ou pode aprender com os erros a sua volta e se tornar um adulto responsável e ser um bom representante da sua classe social.

Contudo, pensando bem mesmo na nossa realidade e como todo mundo adora se apoiar em muletas, a grande maioria das pessoas que passam por isso vão se apoiar nas desculpas para justificar todos os erros que cometer.

MORAL DA HISTÓRIA: Mais um monte de gente sem futuro no mundo...

terça-feira, 7 de abril de 2009

Viro o que quiser

Foto de Fernando Freitas
Rua Cardeal Arcoverde /SP


Sonhei que estava na sala... Tudo estava normal, um sofá, um rack, uma guitarra encostada no canto, algumas plantinhas, os mais variados bibelôs dentre eles algumas lembranças de viagens.

Derrepente o ambiente se encheu de água. Quando percebi eu tinha mergulhado de cima do sofá e estava nadando no chão da sala que agora era o mar. O liquido estava tão turvo que fazia muito esforço para sair do lugar. De nadadora virei um barco, a embarcação própria, tinha um casco, um convés, uma proa e até uma âncora. Sentia a água bater em mim e balançava de acordo com a maré.

Quando cansava de ser barco subia em cima se sofá e mergulhava no chão de novo, nadava, virava barco e depois mergulhava de novo. Muitas vezes até eu perder a conta, até eu cair no sono no sonho e acordar na manhã do domingo para tomar banho e lavar os copos da noite anterior.

Sampa

Foto de Fernando Freitas
Rua Cardeal Arcoverde – Pinheiros / São Paulo

São Paulo é incondicionalmente o lugar que mais mexe comigo. Tem inumeráveis qualidades e infinitos defeitos.

Uma vez dentro desta cidade o seu tempo não lhe pertence mais! Afinal o jargão capitalista já diz: ‘tempo é dinheiro!’ Na prática significa correr o tempo inteiro, permanecer sempre atento, esperto e ágil!

Se locomover dá trabalho de todas as formas se você tem um carro seja ele importado ou antigo certamente terá que enfrentar horas de congestionamento. Analise pelo lado bom você pode ficar ouvindo algumas (ou muitas) boas e animadas músicas até sair do lugar. No caso se for de metrô terá que enfrentar um risco de vida diário nas plataformas, ou você quase morre caindo nos trilhos ou quase morre sufocado no vagão. Para quem anda de trem a paciência é fundamental já que a lerdeza é para fazer qualquer um surtar, não esquecendo que quem sai cedo de casa perece no aperto também.

Após a semana estressante da correria empresarial há os merecidos happy hour‘s. As baladas são de todas as cores, escuras, claras, brilhantes, etc. Existem bares cheios, vazios, chiques e bregas. Quem freqüenta é de todo jeito: gente feia, pobre, rica , bonita, etc. Elas consomem drogas, drinks, cervejas, tábuas de frios e tudo o resto que estiver disponível.

A cidade é cheia de riqueza! Há mansões que valem milhões, carros igualmente caros, grifes, marcas personalizadas, restaurantes e hotéis para poucas e selecionadas pessoas entrarem. Festas com celebridades famosas nacional e internacionalmente. Os vinhos são importados e as prostitutas também! Sem dúvida um lugar para poucos!

A desgraça humana também rodeia metrópole. Entretanto, a deixarei de fora deste texto...

Tantos motivos para ficar e tantos para ir embora, mas a cidade hipnotiza, transforma, apaixona e é por isso que nós retirantes insistimos em vir para cá e fazer parte dela!

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Cinco centavos... Dez centavos... Um pacote de bolacha...

Foto de Fernando Freitas
Praça Antonio Prado – SP


Hoje eu estava indo para faculdade e vi de novo uma moradora de rua que fica na Silva Bueno no bairro Ipiranga onde trabalho. Ela estava deitada em cima de um monte de roupas e cobertores ao lado de um poste, folheava um catálogo com um olhar bem triste.

Na minha mente hiperativa já veio uma guerra de pensamentos praticamente ao mesmo tempo:

PENSAMENTO 1: 'nossa por que será que ela está com esse olhar tão triste?'

PENSAMENTO Nº 2: 'porra Derla! Ela está no meio da rua, daqui a pouco pode chover pra cacete, não tem lugar para tomar banho nem banheiro e por fim ela nem deve saber o que vai comer hoje antes de ir dormir!'

Fiquei fritando como será que ela tinha virado moradora de rua, se tinha parentes, etc. Quando eu vejo alguém em situação similar começo a refletir uma série de coisas na minha vida. De como o mundo e as pessoas são hipócritas.

Se vejo uma criança vendendo bala no trem até tarde da noite ou no farol passando por todo tipo de situação para ganhar alguns trocados paro e tenho sempre a mesma vontade: ir onde tal criança mora pra saber o porque dela estar ali faltando em aulas, deixando de se divertir e perdendo sua infância. Porque na minha opinião passar o dia correndo de fiscal na estação de trem não é uma ocupação de qualquer criança.

Hoje cedo estive em São Bernardo e vi uma senhora na rua com uma bacia cheia de caixas de remédios e pedindo segundo ela "uma caridade...' De onde saiu essa pessoa? Porque ela está ali no Sol, no chão, na miséria, na humilhação (sim! Por que não?) ?

Na realidade a hipocrisia se mistura ao medo. As pessoas não estão nem ai! Viram a cara para não ver a ferida da perna do outro que está pedindo uma moeda... Não faço parte dessa massa de despreocupados eu me importo e me entristeço por não poder fazer quase nada.

quarta-feira, 25 de março de 2009

O mundo é dos espertos

Foto de Angel Raul Ravelo Rodriguez

E digo mais: dos esforçados!

Por semana eu entrevisto cerca de 100 pessoas, geralmente entre os 16 e 35 anos. Toda seleção que faço eu me revolto e não vejo a hora acabe. O que acontece é que aparece um monte de gente despreparada, desqualificada e tudo o que você pode imaginar.

Eu fico impressionada quando entrevisto moças de 25 anos que tem três filhos (sendo o mais velho de 10 ou até 12 anos), nunca trabalharam com registro e o marido faz ‘bicos’. Também tem o pessoal que acabou de desembarcar no Tietê e não tem a mínima noção do que é o tal ‘mercado de trabalho’ em São Paulo. Dentre outros infinitos exemplos de pessoas que não conseguem sequer desligar o celular na hora da seleção.

- Onde você já trabalhou?
- ‘Trabalhei na blá blá blá e lá na blá blá blá...’
- Por que você saiu da última empresa?

SEMPRE AS MESMAS RESPOSTAS:
- ‘Porque a empresa faliu...’
- ‘Porque acabou o serviço...’
- ‘Porque eles queriam que eu fizesse o que não era minha obrigação...’
- ‘Por causa da crise....’ (esse é o argumento da moda nas últimas dinâmicas)

Eu tenho 21 anos, curso o terceiro ano de uma faculdade extremamente cara (que eu pago sozinha), já fiz 1 ano de estágio numa assessoria de imprensa enorme e ainda por cima tenho um cargo de supervisão de um setor inteiro... Ai eu penso: o que eu fiz de diferente?

As pessoas querem um emprego, mas não querem trabalhar! O meu primeiro emprego foi aos 14 anos quando eu atendia numa barraca de pastel na feira, aquela mesma que você vai no sábado comer um pastel de frango e tomar um caldinho de cana. Acordava às 04h30, ficava com o pé molhado caso chovesse e fedia a óleo.

O segundo emprego aos 15 anos foi num Pet Shop e eu ganhava R$ 150,00 por mês. Ficava com o pé molhado (de novo) além de todo o resto do corpo molhado de tanto dar banho em cachorro, tomava mordida e fedia a cachorro.

Depois entrei para o ramo de Telemarketing onde estou até hoje. O ano mais punk da minha vida se tratando de trabalho foi o ano passado quando tinha 2 empregos. Entrava às 6h00 no meu estágio (domingo a domingo) saia às 13h00 e entrava no meu emprego nº 2 às 13h30. Passei uns 4 meses almoçando uma rosquinha de bolinho de chuva coberta de açúcar que custa R$ 0,60 muitas vezes comia porque não dava tempo e muitas porque não tinha dinheiro. Dormia por volta de 4 horas por noite já que chegava tarde depois da faculdade. Passava mal de tanto sono que dava até desespero de não poder dormir e ser obrigada a ficar acordada.

O que sempre digo par mim mesma é: ‘quem disse que ia ser fácil?’

Eu acho revoltante quando vejo uma pessoa que teve as mesmas possibilidades do que eu e as desperdiça e só se preocupa em fazer filho na vida. Ninguém quer trabalhar feito um filha da puta para pagar uma faculdade e ser alguém na vida. É muito fácil você encostar a cabeça num ônibus e falar que a culpa é do Lula ou do José Serra quando não se tem o mínimo de vontade de crescer e querer tudo na mão. Sabe o que realmente penso? Que se tive a capacidade de vir de Várzea Alegre e ser alguém na vida aqui, qualquer um pode ser alguém, pode arrumar um bom emprego, pode fazer um currículo que preste, pode usar camisinha, pode desligar a porra do celular numa dinâmica e pode parar de mentir que a última empresa faliu e assumir que a culpa foi da própria pessoa que não tem nem qualificação pra ganhar um salário mínimo!

segunda-feira, 16 de março de 2009

Deitados numa banheira de gelo

Foto de Nancy Stockdale

Houve uma época na minha vida (ano de 2008) em que eu me deparei com vontade de ir a um bar ver alguma banda ao vivo e tomar algumas cervejas e pensei "não tem ninguem que eu queira ou que sirva pra ir comigo".

Sou estremamente exigente com as minhas amizades! Fiquei um ano sem sair sequer para ir a um buteco na esquina, nem eu sei como consegui tal proesa, só sei que nunca mais faço isso. A culpa era de um vegetal a qual fiquei presa até o meio do ano passado.

Para resolver esse problema eu criei dois grupos no meu msn e adicionei umas cem pessoas. Como faltavam alguns dias para a festa do meu aniversário e ninguem dos meus amigos estavam afim de ir eu convidei meus amigos internautas... A festa lotou de gente que nunca tinha me visto pessoalmente e foi até engraçado, pois os convidados não sabiam que tinham tanta coisa em comum.

O ponto é: às vezes se está só e suas amizades não tem quase nada em comum com você e alguem totalmente aleatótio perdido na terra de ninguem que é a internet lhe completa mais do que os outros que moram ao lado da sua casa, que te vêem todos os dias no trabalho, na faculdade ou num curso e não compartilham da mesma filosofia de vida e nem dos mesmos interesses.

Um dos exemplos que encontrei é o Wagner Nunes que é um fantástico Programador e que teve os mesmos problemas familiares que os meus. Através dele conheci o Fred Heitmann que é um Estatístico do Itaú e é outra pessoa maravilhosa. O que eu mais gosto neles é a perspectiva de vida que eles tem. O Engenheiro da Computação Eduardo Zimerer que tem um humor negro pior do que o meu e é estremamente engraçado é uma pessoa que não largo por nada assim como o desenhista Felipe Jaça que além de engraçado também tem paciência pra me aturar quando estou de TPM.

Conheci inúmeros músicos e o mais importante deles é o meu namorado Rodrigo Marini que é Programador e guitarrista da banda Chakra. Aliás, esse merece uma consideração especial, nunca imaginei que fosse me apaixonar tanto por uma pessoa que nunca vi. O conheço a seis meses e já viajamos três vezes. Tudo é estremamente intenso e impressionante, não sei o que teria feito todos esses meses se não o tivesse conhecido.

A rede proporciona incontáveis possibilidades e oportunidades. Não me faltam mais amigos para fazer qualquer programa, desde de um show de rock até uma luta de Muay Tai. Óbviu que tem que se tomar um certo cuidado para não parar numa banheira de gelo, por que nunca se sabe se você está conversando com seu próximo melhor amigo ou com algum traficante de orgãos. No meu julgamento não custa nada tentar!