quinta-feira, 28 de maio de 2009

Já dizia minha vó: "Limão cura CC!"

Foto de Gaetan Lee

Atraso é uma porcaria! Odeio me atrasar e sair correndo pra chegar na hora, além disso já disse que odeio chuva? Hoje estava semi de folga em casa e precisava buscar uma credencial para o primeiro evento que vou cobrir pela revista que estou trabalhando. Tinha que chegar até o lugar às 18h30. Fiz meus cálculos e decidi sair às 17h00 de casa. Estava saindo no talo pra pegar o ônibus ai me apareceu uma conhecida... Ô meu Deus! Me tomou pelo menos 15 minutos, quando estava quase no ponto o ônibus passou... Maravilha!

Olhei no relógio: 17h25
-Agora pronto, vou chegar no talo!

Entrei no ônibus e fiquei frenética porque a dita condução não andava. Fiquei com aflição e como se não bastasse estava com dinheiro só pra ir até lá e nada pra pegar o ônibus e ir até a faculdade, ou seja, tinha que sacar dinheiro de qualquer jeito. Cheguei na estação às 17h47. Coloquei uma meta mental: tinha que correr no caixa eletrônico, sacar dinheiro, comprar o bilhete e entrar no trolebus até 17h50. Corri, corri, corri muito. Quando entrei no ônibus eram 17h51, menos mal. Estava lotado, muita gente, mas tinha um banco vazio! Um banco?! No lotado?! Um monte de gente em pé e um banco vazio?! Não quis nem saber e sentei. Após alguns segundos me veio aquele aroma de todos os tipos de pinga de alambique que existem no Ceará... Pois é! Um bebum do meu lado, mais uma vez não quis nem saber e além de permanecer no lugar eu consegui pegar no sono. Quando acordei estava no centro de São Bernardo.

Olhei no relógio: 18h16
-Deus é mais na minha vida! Pelo amor de Deus vai logo ai motorista!

Fiquei frenética! Não conseguia nem respirar de ansiedade! Cheguei no terminal Ferrazópolis às 18h24!

-Moço é urgente onde fica esse lugar?
-Você atravessa passarela e vai reto!

Antes do senhor acabar de explicar já estava correndo muito... O terminal estava cheio de poças de água e a passarela era uma enorme rampa que não foi feita pra ninguém correr, muito menos em dia de chuva.

-Vou morrer se eu cair daqui!

Subi a rua correndo freneticamente, meus pulmões estavam sem ar, a garoa no meu rosto e um enorme risco dessa vez de morrer atropelada. Não vi nada nem ninguém no meio da rua, só meu destino. Subi as escadas e perguntei muito ofegante:

-Moço vim buscar umas credenciais... É com você?
-Calma moça! Você quer uma água?
-Nãoooooo obrigada! Só as credenciais! Muito obrigada mesmo assim!

Subi no andar de cima peguei as credenciais e sai do prédio.

Olhei o relógio: 18h31

-Hahaha mereço um refrigerante depois disso!

Fui em um boteco horrível.
-Owwww cara espreme um limão num copo e põe conhaque em cima!
-Você vai querer beber o que?
-Só uma Coca Zero moço!

Fui pro ponto de ônibus, dei sinal e entrei. Para fechar a minha noite imagine a seguinte situação: Saia correndo o quarteirão sem ter passado desodorante... Melhor chame alguns amigos para fazer o mesmo... Melhor ainda chame umas 60 pessoas, não passem desodorante e fiquem correndo UMA semana. Cheirem-se... Foi isso que senti quando entrei no ônibus pra ir para faculdade. Para completar a cena bizarra, todas as janelas estavam fechadas e a que sentei parecia que todas as pessoas que você imaginou correndo passaram limão em baixo do braço e esfregaram no vidro... Pois é! Fiquei exatas 1h36 min sentindo o aroma! Acredite! Ainda compro um C3! Bom descanso!

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Fase nova!

Imagens do site da escola Enjoy

Último dia na Enjoy! Nunca pensei que esse dia chegaria! Tenho que dizer adeus para essa empresa para seguir o meu sonho.

Hoje fazem exatos 5 anos e um mês que entrei nesse ramo. No inicio o sonho era menor, queria arrumar um trabalho para pagar um cursinho e agora já tenho possibilidades de me dedicar ao que vou fazer para o resto da minha vida.

Quero deixar aqui meus agradecimentos as pessoas que fizeram a diferença.


Obrigada Junior por ter me dado a oportunidade de crescer e ter acreditado no meu sonho. Valeu mesmo pro ter me motivado a bater todas as minhas metas e a insistir quando pensei em desistir. Com certeza foi uma peça fundamental da minha vida! Obrigada!

Obrigada Denis e Oswaldo por ter deixado eu voltar pra empresa no momento em que mais precisei. Valeu por ter acreditado em mim e ter feito eu aprender com meus erros, isso me fez uma pessoa melhor e mais humana!

Obrigada Stephanie e todas as outras operadoras que já me emprestaram R$ 2,30 pra chegar na faculdade no fim do mês. Além disso, vale a pena agradecer os todos os mini empréstimos que já fizeram para eu comer no primeiro ano do curso.

Obrigada Rafael Sorriso por ter me apoiado quando precisei manter minha credibilidade! Você é show e tem muito talento!

Obrigada Alex por ter feito de tudo para garantir um bom andamento do setor e ter feito a minha estadia na unidade no Ipiranga ser sempre agradável.

Obrigada Bete e Vitau por ter me acolhido bem na nova unidade e terem ajudado quando precisei! Vocês são incríveis!

Por fim, sentirei saudades de pessoas especiais como a Mayara e a Fabiana 'Jonas', que não poderia esquecer!

Quero desejar também boa sorte para minhas colaboradoras Beatriz, Danielle e Natália! Meninas vocês vão longe! Aproveitem a oportunidade!

O importante mesmo na vida é evoluir! Mudanças são necessárias e inadiáveis... Obrigada a todos por tudo!



Fonte: Enjoy

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Chuva, stress e brechó

Foto de Ana Patricia Almeida

Odeio chuva! Não sei se é porque lá no Ceará não chove, mas fico estressada quando tenho que sair de casa debaixo de pé d' água. Estava vindo trabalhar e antes de chegar na estação de trem já fiquei molhada até a nuca, o pior é que a minha roupa estava cheia de areia.

Quando cheguei no Ipiranga não tinha a menor condição de ficar com a roupa até meia noite.

-Moço eu não estou me aguentando! Tem algo que eu possa comprar?

-Com certeza!

Vasculhei o brechó e comprei uma calça por R$ 5,00. Pelo menos não estou mais molhada e me preparando psicologicamente para as broncas que vou tomar da professora de jornalismo impresso hoje a noite.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Pena não ter estudado na Termomecanica

A imagem foi retirada do post do Blog O Corvo

No meu blog, discuto como descrevi no primeiro post, tudo aquilo que achar importante e relevante. Este blog não é humorístico, lamentação, reclamação, amor, sexo, musical ou factual. Simplesmente discuto aquilo que sinto vontade. Posso publicar um texto falando só idiotices ou posso usá-lo para discutir questões sociais que me incomodam.

Li hoje o blog do meu ex companheiro de empresa, o jornalista Léo Bueno. Definitivamente os artigos dele são os meus preferidos. São sempre muito bem escritos e pertinentes. O de hoje era sobre a educação pública no estado de São Paulo e como eu vivi por 8 anos essa realidade darei minha opinião.

O post fala sobre a educação da gestão do PSDB e a Nova Proposta Curricular do governo em 2008 que consistia no recebimento de um Caderno do professor e um Caderno do aluno. " A estratégia supostamente garantiria que todos os alunos recebessem a mesma matéria ao longo do ano". Explica Léo. É claro que não deu certo e nem todos os alunos receberam esse material.

A educação pública no estado não serve de nada! Estudei praticamente toda a minha vida em escola do estado. Quando estava no terceiro ano do ensino médio eu entrei em um cursinho muito básico para aumentar a minha pontuação no Enem. Entrei em choque quando percebi que não sabia absolutamente NADA do que estava sendo passado nas aulas. Pior foi quando entrei no ano seguinte no cursinho do Objetivo. Frustração total! Não aprendi no ensino médio nem 12% no que aprendi estudando lá, ressaltando sempre que lá é uma ESCOLA PARTICULAR E QUE EU PAGAVA PARA ESTUDAR. Resultado: Não passei nem da porta da USP.

Estudar para vestibulares de universidades públicas já é extremamente complicado, como eu tinha que trabalhar também era uma missão impossível. Depois de um ano estudando lá percebi que precisaria de mais três para conseguir passar, então optei por uma faculdade particular. O problema é que nas escolas do estado convivemos por longos anos de incopetência. Tive professores esforçados e que queriam fazer a diferença, mas eles eram pouquíssimos e raros. Em contrapartida tinha muitíssimos que viviam de atestados e não estavam nem aí por reles pobres frequentadores.

Percebi que o caminho para entrar numa universidade pública era interminável para quem perdeu tanto tempo com aulas vagas e muitas vezes com professores desqualificados.

Todos os meus companheiros de cursinho que tinham estudado em escolas públicas estão hoje cursando faculdades públicas e para mim resta contar as moedas para pagar a mensalidade do meu curso.

Fonte: Blog O Corvo

sábado, 9 de maio de 2009

Ô criança atentada!

Foto de Fernando Freitas
Anjo - Av. Paulista/SP


Hoje eu estou frenéticamente hiperativa! Parece que tomei algo...

Estou rindo até agora das bizarrices que eu e o Fernando estavamos falando no ônibus ontem depois da faculdade. Descobri que fui uma criança anormal porque quando o assunto foi as peraltices de criança fui ostilizada pelo meu colega jornalista...

-Nossa você tinha problemas...
- não vai dizer que você não fazia isso quando criança?

Simplesmente contei o que fazia. Era uma colecionadora nata! Tinha uma coleção de formigas e todas tinham nome. A mais famosa delas era a 'Dedos Rápidos'... Também tinha o hábito de juntar pontas de lápis de cor. Nada demais...

Era a única menina a soltar pipa da turminha do bairro, até ai tudo bem o meu companheiro universitário só começou a me chacotiar quando contei que fazia lanterninhas de balão pra por na linha do pipa e soltar a noite pra ficar olhando as luzinhas no céu. Nada demais...

Toda criança tem um amigo louco. No meu caso o nome dele era Thiago e ele comia cola. Eram tubos e tubos de Tenaz que o garoto ficava degustando e deixando a professora louca.

-Eu comia pasta de dente Tandy!
-Eu também!

O Fer contou que era atentado, mas não daquelas crianças que tocavam fogo na casa ai eu lembrei de uma história.

-Eu já toquei fogo no quintal. Fui a um circo e gostei do cara que lançava chamas e quis brincar de circo em casa. Peguei duas baquetas, enrolei uns pedaços de tecido nas pontas, mergulhei no álcool e acendi. Em seguida peguei a garrafa de álcool ZULU, enchi a boca e assoprei nos bastões. O fogo foi até o varal e incendiou todo o quintal... Nada demais...

-Você realmente tinha problemas!

Fica então o recado! Cuidado com os circos que vocês levam as crianças e guardem o álcool fora do alcance delas!!!

Bom sábado!

terça-feira, 5 de maio de 2009

Um último pedaço

Foto de Maria Hsu

-Mãinha eu quero um pedaço de rapadura!
-Não tem filho...

O menino tinha 10 anos de idade, segundo me lembro era moreno e lembrava muito o meu irmão. Era um dos sete filhos da família. O cabelo era liso e em formato de tigela. A mãe era cuidadosa, tinha olhos azuis e cabelos loiros escuros.

Sustentar uma família a 30 anos atraz no nordeste era algo difícil. Havia pouca comida e o número de pessoas era grande. Todos tinham a mesma alimentação e praticamente nenhuma guloseima. Meu tio Joaquim não se conforma com a atual juventude 'na minha época brigavámos para comer e vocês brigam para não comer'.

-Mãe eu estou com vontade de comer rapadura!!!
-Já disse que não tem filho!

A criança começa a gritar sem parar que quer o tal pedaço do 'doce' e a mãe fica mal por não poder dar o que o filho pede. Então diante dos berros quase que desesperados e dos soluções que o choro já provocava a senhora vai até uma vendinha ao longo da estrada do sitio que moravam.

A ida foi frustrada já que não tinha a especiaria no minúsculo comércio.

-Mãe lá tinha?
-Não filho, não tinha...

A criança retoma um choro ensurdecedor e a mãe fica desesperada. Vai então até o caminhão que leva as pessoas no município mais próximo para tentar achar nem que se for um pedaço de rapadura para o menino que não para de chorar e pedir.

Foi em vários comércios para poder achar o que queria. O 'pau de arara' tem hora para partir para o sitio e esse horário demora para chegar. A mãe vai ficando muito preocupada e nunca teve a impressão de que moravam tão longe da cidade. Ao chegar vai correndo desesperada levar o pedaço para o menino que estava sem voz de tanto chorar. O menino pegou o doce com a mão trêmula, comeu um pedaço e em seguida morreu. Muitos dizem que foi por causa de lombrigas e vermes, outros dizem que foi mal olhado e outros que simplesmente o garoto queria realizar um último desejo antes de morrer. Nunca vou saber o motivo real pela morte do garoto.

Essa história foi contada para mim quando tinha 11 anos pela minha avó Isabel Cardoso, que infelizmente faleceu ano passado. A mãe da história era ela e o menino que morreu era meu tio. Ela nunca deixava que nos negassem nada e nos dava tudo o que tivéssemos vontade. Segundo ela a morte desse filho foi a maior frustração que já teve e sentia-se muito culpada e não queria que acontecesse o mesmo conosco.