quinta-feira, 2 de abril de 2009

Cinco centavos... Dez centavos... Um pacote de bolacha...

Foto de Fernando Freitas
Praça Antonio Prado – SP


Hoje eu estava indo para faculdade e vi de novo uma moradora de rua que fica na Silva Bueno no bairro Ipiranga onde trabalho. Ela estava deitada em cima de um monte de roupas e cobertores ao lado de um poste, folheava um catálogo com um olhar bem triste.

Na minha mente hiperativa já veio uma guerra de pensamentos praticamente ao mesmo tempo:

PENSAMENTO 1: 'nossa por que será que ela está com esse olhar tão triste?'

PENSAMENTO Nº 2: 'porra Derla! Ela está no meio da rua, daqui a pouco pode chover pra cacete, não tem lugar para tomar banho nem banheiro e por fim ela nem deve saber o que vai comer hoje antes de ir dormir!'

Fiquei fritando como será que ela tinha virado moradora de rua, se tinha parentes, etc. Quando eu vejo alguém em situação similar começo a refletir uma série de coisas na minha vida. De como o mundo e as pessoas são hipócritas.

Se vejo uma criança vendendo bala no trem até tarde da noite ou no farol passando por todo tipo de situação para ganhar alguns trocados paro e tenho sempre a mesma vontade: ir onde tal criança mora pra saber o porque dela estar ali faltando em aulas, deixando de se divertir e perdendo sua infância. Porque na minha opinião passar o dia correndo de fiscal na estação de trem não é uma ocupação de qualquer criança.

Hoje cedo estive em São Bernardo e vi uma senhora na rua com uma bacia cheia de caixas de remédios e pedindo segundo ela "uma caridade...' De onde saiu essa pessoa? Porque ela está ali no Sol, no chão, na miséria, na humilhação (sim! Por que não?) ?

Na realidade a hipocrisia se mistura ao medo. As pessoas não estão nem ai! Viram a cara para não ver a ferida da perna do outro que está pedindo uma moeda... Não faço parte dessa massa de despreocupados eu me importo e me entristeço por não poder fazer quase nada.

2 comentários:

Braz disse...

A respeito das crianças... estou a 5 anos sem comprar nada nem dar esmolas pra crianças. Eu acredito que seja cruel e um tipo de remédio meio amargo, mas é a unica maneira de não multiplicar o numero delas nos faróis.

Unknown disse...

As crianças não tem culpa, os velhos não tem culpa, os homens não tem culpa..

a culpa é do sistema!