E digo mais: dos esforçados!
Por semana eu entrevisto cerca de 100 pessoas, geralmente entre os 16 e 35 anos. Toda seleção que faço eu me revolto e não vejo a hora acabe. O que acontece é que aparece um monte de gente despreparada, desqualificada e tudo o que você pode imaginar.
Eu fico impressionada quando entrevisto moças de 25 anos que tem três filhos (sendo o mais velho de 10 ou até 12 anos), nunca trabalharam com registro e o marido faz ‘bicos’. Também tem o pessoal que acabou de desembarcar no Tietê e não tem a mínima noção do que é o tal ‘mercado de trabalho’ em São Paulo. Dentre outros infinitos exemplos de pessoas que não conseguem sequer desligar o celular na hora da seleção.
- Onde você já trabalhou?
- ‘Trabalhei na blá blá blá e lá na blá blá blá...’
- Por que você saiu da última empresa?
SEMPRE AS MESMAS RESPOSTAS:
- ‘Porque a empresa faliu...’
- ‘Porque acabou o serviço...’
- ‘Porque eles queriam que eu fizesse o que não era minha obrigação...’
- ‘Por causa da crise....’ (esse é o argumento da moda nas últimas dinâmicas)
Eu tenho 21 anos, curso o terceiro ano de uma faculdade extremamente cara (que eu pago sozinha), já fiz 1 ano de estágio numa assessoria de imprensa enorme e ainda por cima tenho um cargo de supervisão de um setor inteiro... Ai eu penso: o que eu fiz de diferente?
As pessoas querem um emprego, mas não querem trabalhar! O meu primeiro emprego foi aos 14 anos quando eu atendia numa barraca de pastel na feira, aquela mesma que você vai no sábado comer um pastel de frango e tomar um caldinho de cana. Acordava às 04h30, ficava com o pé molhado caso chovesse e fedia a óleo.
O segundo emprego aos 15 anos foi num Pet Shop e eu ganhava R$ 150,00 por mês. Ficava com o pé molhado (de novo) além de todo o resto do corpo molhado de tanto dar banho em cachorro, tomava mordida e fedia a cachorro.
Depois entrei para o ramo de Telemarketing onde estou até hoje. O ano mais punk da minha vida se tratando de trabalho foi o ano passado quando tinha 2 empregos. Entrava às 6h00 no meu estágio (domingo a domingo) saia às 13h00 e entrava no meu emprego nº 2 às 13h30. Passei uns 4 meses almoçando uma rosquinha de bolinho de chuva coberta de açúcar que custa R$ 0,60 muitas vezes comia porque não dava tempo e muitas porque não tinha dinheiro. Dormia por volta de 4 horas por noite já que chegava tarde depois da faculdade. Passava mal de tanto sono que dava até desespero de não poder dormir e ser obrigada a ficar acordada.
O que sempre digo par mim mesma é: ‘quem disse que ia ser fácil?’
Eu acho revoltante quando vejo uma pessoa que teve as mesmas possibilidades do que eu e as desperdiça e só se preocupa em fazer filho na vida. Ninguém quer trabalhar feito um filha da puta para pagar uma faculdade e ser alguém na vida. É muito fácil você encostar a cabeça num ônibus e falar que a culpa é do Lula ou do José Serra quando não se tem o mínimo de vontade de crescer e querer tudo na mão. Sabe o que realmente penso? Que se tive a capacidade de vir de Várzea Alegre e ser alguém na vida aqui, qualquer um pode ser alguém, pode arrumar um bom emprego, pode fazer um currículo que preste, pode usar camisinha, pode desligar a porra do celular numa dinâmica e pode parar de mentir que a última empresa faliu e assumir que a culpa foi da própria pessoa que não tem nem qualificação pra ganhar um salário mínimo!
Por semana eu entrevisto cerca de 100 pessoas, geralmente entre os 16 e 35 anos. Toda seleção que faço eu me revolto e não vejo a hora acabe. O que acontece é que aparece um monte de gente despreparada, desqualificada e tudo o que você pode imaginar.
Eu fico impressionada quando entrevisto moças de 25 anos que tem três filhos (sendo o mais velho de 10 ou até 12 anos), nunca trabalharam com registro e o marido faz ‘bicos’. Também tem o pessoal que acabou de desembarcar no Tietê e não tem a mínima noção do que é o tal ‘mercado de trabalho’ em São Paulo. Dentre outros infinitos exemplos de pessoas que não conseguem sequer desligar o celular na hora da seleção.
- Onde você já trabalhou?
- ‘Trabalhei na blá blá blá e lá na blá blá blá...’
- Por que você saiu da última empresa?
SEMPRE AS MESMAS RESPOSTAS:
- ‘Porque a empresa faliu...’
- ‘Porque acabou o serviço...’
- ‘Porque eles queriam que eu fizesse o que não era minha obrigação...’
- ‘Por causa da crise....’ (esse é o argumento da moda nas últimas dinâmicas)
Eu tenho 21 anos, curso o terceiro ano de uma faculdade extremamente cara (que eu pago sozinha), já fiz 1 ano de estágio numa assessoria de imprensa enorme e ainda por cima tenho um cargo de supervisão de um setor inteiro... Ai eu penso: o que eu fiz de diferente?
As pessoas querem um emprego, mas não querem trabalhar! O meu primeiro emprego foi aos 14 anos quando eu atendia numa barraca de pastel na feira, aquela mesma que você vai no sábado comer um pastel de frango e tomar um caldinho de cana. Acordava às 04h30, ficava com o pé molhado caso chovesse e fedia a óleo.
O segundo emprego aos 15 anos foi num Pet Shop e eu ganhava R$ 150,00 por mês. Ficava com o pé molhado (de novo) além de todo o resto do corpo molhado de tanto dar banho em cachorro, tomava mordida e fedia a cachorro.
Depois entrei para o ramo de Telemarketing onde estou até hoje. O ano mais punk da minha vida se tratando de trabalho foi o ano passado quando tinha 2 empregos. Entrava às 6h00 no meu estágio (domingo a domingo) saia às 13h00 e entrava no meu emprego nº 2 às 13h30. Passei uns 4 meses almoçando uma rosquinha de bolinho de chuva coberta de açúcar que custa R$ 0,60 muitas vezes comia porque não dava tempo e muitas porque não tinha dinheiro. Dormia por volta de 4 horas por noite já que chegava tarde depois da faculdade. Passava mal de tanto sono que dava até desespero de não poder dormir e ser obrigada a ficar acordada.
O que sempre digo par mim mesma é: ‘quem disse que ia ser fácil?’
Eu acho revoltante quando vejo uma pessoa que teve as mesmas possibilidades do que eu e as desperdiça e só se preocupa em fazer filho na vida. Ninguém quer trabalhar feito um filha da puta para pagar uma faculdade e ser alguém na vida. É muito fácil você encostar a cabeça num ônibus e falar que a culpa é do Lula ou do José Serra quando não se tem o mínimo de vontade de crescer e querer tudo na mão. Sabe o que realmente penso? Que se tive a capacidade de vir de Várzea Alegre e ser alguém na vida aqui, qualquer um pode ser alguém, pode arrumar um bom emprego, pode fazer um currículo que preste, pode usar camisinha, pode desligar a porra do celular numa dinâmica e pode parar de mentir que a última empresa faliu e assumir que a culpa foi da própria pessoa que não tem nem qualificação pra ganhar um salário mínimo!